Qual é a história que você quer criar?

Trabalho em UTI há 3 anos. Me encantei pela área primeiro pela minha história de vida onde estive internada diversas vezes inclusive em uti, e posteriormente - quando já formada - por ser um ambiente onde não importa a subespecialidade. O paciente deve ser visto como um todo. É claro que é indispensável o acompanhamento dos especialistas, mas quem está como intensivista é médico de tudo: cérebro, sangue, estômago, músculo, pulmão… você trata do paciente como um todo! E na minha formação, minha maior dificuldade de escolher a área que iria percorrer sempre foi por gostar de tudo e querer ser médica do paciente, e não a médica que veja só o coração, só o cérebro, só o rim… Com o covid, tive oportunidade de iniciar meu trabalho em UTI com ensino e supervisão do Dr Luiz Cerqueira e Dra Denise Freitas, meus mestres, e que me fizeram me encantar pelo ambiente intensivo e me ensinaram muito sobre a medicina e o cuidado, coisas que nenhuma faculdade te ensina. Busquei mais conhecimento com a Pós Graduação e fui galgando novos horizontes. Há pouco tempo, comecei a sentir carência do cuidado integral do paciente nos ambulatórios. Os pacientes ficam quase “órfãos”. Sempre o médico do rim, do coração, do pulmão… mas quem é o MEU médico? Quem me vê por inteiro? Com quem eu posso contar para dúvidas do dia a dia? Sobre estilo de vida, conduta, quem que vê interação medicamentosa ? É mais do que isso... quem que se preocupa sobre se eu estou bem? Feliz? Com qualidade de vida acima de estar saudável? Bom… com tudo isso, percebi mais ainda que meu caminho era cuidar de pessoas e que realmente eu amava a medicina, independente da área. Eu atendo pessoas, principalmente pessoas idosas, no intuito de não ver a doença, mas sim o ser humano. Meu objetivo é manter independência e autonomia, visando a qualidade de vida e longevidade. E quando se for percebido falha em algum desses aspectos, buscaremos a reabilitação. O importante não é o quanto se vive, mas como se vive o tempo que lhe é permitido! No fim, nos restará as lembranças e histórias que vivemos e criamos